segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Solidão

Quero escrever o que não consigo dizer. Apetece-me abrir, como um livro em branco e a cada palavra uma emoção. Um significado, um pedaço de ficção tornado real. Sinto-me a desfalecer, como um sobrevivente num barco no meio de uma tempestade, onde sabe que só um milagre o fará sobreviver. Porque sou assim? Porque não consigo controlar-me, tento sempre algo com medo das pessoas não gostem mim. Não quis sofrer mais, por isso decidi afastar-me de toda a gente. Agora em vez de um coração tenho uma pedra. Difícil será pedir ajuda, mas porque fujo de tudo e de todos. Não enfrento os meus medos. Sempre a fugir, mas os problemas não desaparecem, apenas adormecem num sono leve. Continuamente dormindo, até um dia que acorda. Mais furioso, que um bebé com sono. Será que um dia vou acordar para a vida? Será que algum dia, vou deixar de fugir. De não precisar de me esconder por detrás duma máscara. Algum dia terei paz, comigo mesmo. Procuro o que? Escondo-me do que? Do sofrimento?! Mas senão sofrer não viverei, ficará sempre a angústia de poder ter feito algo mais, ser capaz de ter feito outra coisa para me mudar a mim. Então o que me falta? Não sei, não me conheço, e muito menos sei quem fui, sou ou serei. Sou um sentimentalista barato, daqueles livros que se compram, mesmo não sabendo o fim são todos iguais e terminaram de certeza da mesma maneira. Só muda o conteúdo, a forma do conteúdo é sempre mesma. Devo ser mesmo uma criancinha, não amadureci o suficiente. Não cresci em termos mentais. Se calhar não vivo, sobrevivo. Vou sobrevivendo, não questionando, não esticando a corda. Se calhar limito-me a seguir as pesadas dos outros. Em vez de ter uma personalidade própria. Se calhar também por ter mentido, muito a mim próprio agora já não sei quem sou. Perdi-me no caminho, e agora não sei o caminho de volta. Um circulo vicioso, onde já não se sabe onde começou e onde acaba. Ainda terei a tempo, de me encaminhar e não me perder de vez?
Alguém saberá me dar essa resposta e tantas outras que eu não sei. Talvez não tenha procurado bem, ou não tenho procurado nos sítios certos. O lamentar não me ajuda em nada, só faz com que tenha pena do que estou a ser neste momento. O frio passou, o frio que tinha quando comecei a escrever, mas o gelo dentro de mim, a angústia, a tristeza, o sofrimento continua. Não há alegria nos meus olhos, como num dia cinzento onde só chove. Em que a minha cara são as gotas, que caíram nesse dia de temporal. Onde o sol se escondeu, tornou-se cinzento, carregado. Não há cores vivas, mas sim cores mórbidas. Algum dia terei gostado de alguém realmente? Sim, apesar de tudo não sou assim tão frio. Da minha família, dos meus verdadeiros amigos, desses gostei. Então quando deixei de gostar? Quando deixei de ter interesse na vida? Quando passei a sobreviver, como um náufrago onde só ver mar e mar e mais mar. Mas acredito que sobreviverei, mas já não tenho a certeza de nada.
(Achei este texto na net e senti que fala exatamente o que sinto agora. Não tinha o nome do autor, apenas o codnome "Solidão")

Choro... (Fábio Júnior)

Tem hora que bate
Uma tristeza tão grande
Que eu não sei o que fazer
E nem pra onde ir
É tanta coisa
Que eu queria dizer
Mas não tem ninguém pra ouvir
Então choro sem ninguém ver
Eu choro
Faço o possível pra segurar a cabeça
Mas a emoção não quer
Que eu me desfaça
Ou então que eu esqueça
Do amor daquela mulher
E eu choro
Sem ela saber
Eu choro
Choro por tudo
Que a gente não teve
Por tudo que a gente não realizou
Choro porque eu sei que ainda te amo
E você me amou e ama
Choro por tudo
Se assim for preciso
Choro porque eu sei que ainda te quero
Choro por tudo
E por tudo lhe digo

Te espero, te quero
Te espero, te quero
Te amo

Lágrima...

Quente, suave...
Percorre os caminhos por ela a descobrir.


Macia, esguia...
Inunda de mágua um rosto que teima em não sorrir.


Salgada, chega a um destino por encontrar.
Afunda-se na mágoa das palavras por proferir!


Rapidamente outra lhe segue o caminho, já gelado com o vento frio.
E outra, e depois outra...


Lavam um rosto de destinos a seguir, sem rumo nem direcção.
Perdem-se por entre o aperto duro na garganta.
Rasgam a tristeza que escondem por detrás.
Aliviam a dor que persiste.
Enchem de brilho triste um rosto escondido da luz.
Escorrem secretamente cada mistério e mostram tudo o que fica por dizer.


Tudo isto e algo mais me impede de sorrir.
É por ela... A lágrima que teima em cair!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Rodolfo Fernandes

Estreou neste dia 06/02/11, a primeira Cia. Independente de Rodolfo Fernandes. A estréia aconteceu na Câmara de Vereadores da cidade, dentro da programação de abertura da Semana Pedagógica. Em quinze dias, a Cia. ensaiou o espetáculo "O Enterro da Cachorra". Uma adaptação do original de Ariano Suassuna feita por este humilde aprendiz. O povo de Rodolfo Fernandes, caiu na gargalhada com as perípécias desta nova trupe. Em breve, pretendo trazê-los à Mossoró e estamos estudando a possibilidade de irmos para Janduis.